A técnica da auriculoterapia apresenta um resultado satisfatório em pelo menos 80% dos casos. Doenças agudas apresentam resultados mais eficazes e duradouros.
A auriculoterapia, assim como a acupuntura, é parte integrante da Medicina Tradicional Chinesa. Embora existam relatos antigos de algum tipo de terapia no pavilhão auricular em vários países, o estudo sistematizado foi realizado em 1951 pelo médico francês Paul Nogier. A partir do curioso tratamento de ciatalgia por cauterização de um ponto auricular, Nogier iniciou seus estudos clínicos: produziu o primeiro mapa auricular, comparando o pavilhão da orelha com um feto na posição invertida. Assim, desenvolveu a terapia chamada auriculoterapia, ou acupuntura auricular.
Devido a estudos realizados por vários autores, havia divergências entre os mapas auriculares. Desta forma, foi criado na China o mapa estandardizado dos pontos auriculares em 1972. Em 1990 a OMS (Organização Mundial de Saúde) reconheceu a auriculoterapia como técnica terapêutica; no Brasil, atualmente esta terapia é parte integrante da Política de Práticas Integrativas do SUS. Estudos clínicos vêm demonstrando que a grande quantidade de ramificações nervosas derivadas dos nervos espinhais e cranianos ligam os pontos auriculares a regiões cerebrais que estão ligadas através de rede nervosa aos órgãos e partes do corpo. Assim, qualquer alteração em um determinado órgão ou parte do corpo poderá ser tratada pela orelha.
O diagnóstico em auriculoterapia é realizado com base na queixa do paciente e na localização de partes do pavilhão auricular que apresentem algum tipo de alteração, que podem ser detectadas pela inspeção, palpação e pelo eletro diagnóstico. As alterações podem ser manchas vermelhas ou brancas, vasos amarelos ou azulados, escamações, cordões ou nódulos.
Após a identificação dos desequilíbrios energéticos, os pontos auriculares são escolhidos, levando em consideração: Pontos da área correspondente; Pontos de ação específica; Pontos da Medicina Tradicional Chinesa; Pontos do sistema nervoso; Pontos do sistema endócrino.
Após a seleção dos pontos, o terapeuta deve escolher o método de inserção de sua preferência (agulhas, sementes, cristais ou esferas de prata, ouro ou cobre). O procedimento mais simples e seguro é com sementes, cristais ou esferas, que devem ficar na orelha do paciente por uma semana, sendo feita a estimulação dos pontos 4 vezes por dia. Em sintomas que indiquem um excesso de calor no organismo, pode ser feita uma sangria (extrair gotas de sangue) no ápice da orelha para sacar o calor existente e aliviar os sintomas.
Com base em meus 13 anos de experiência com esta técnica, posso relatar que ela apresenta um resultado satisfatório em pelo menos 80% dos casos; doenças agudas apresentam resultados mais eficazes e duradouros; doenças crônicas requerem um tratamento complementar de acupuntura sistêmica (agulhas).
Fonte: Revista Digital: Sociedade Publica.